segunda-feira, 28 de junho de 2021

Um ano de pandemia: reflexão

 

Há quase um ano atrás escrevia no meu blog falando do meu medo sobre o coronavírus e da perda de um familiar com o vírus. Hoje são praticamente um ano e meio que vivemos em pandemia, o medo não diminuiu, mas a esperança cresceu com a chegada de várias vacinas.  De lá pra cá perdi mais dois familiares por causa da covid-19, alguns  amigos se infectaram também e se recuperaram graças  a Deus e muitos conhecidos ou conhecidos de amigos também partiram ou se recuperaram. Quando eu escrevi eram 512 mil óbitos por conta do vírus no mundo, hoje  são somente no Brasil 513 mil mortes e mais de 3,93 milhões mundialmente.

O descaso de muitas pessoas me irrita porque acham que não serão infectadas. Tive casos bem próximos de mim que me deixam ainda mais irada. Todo cuidado é bom. Se você não tem medo de pegar, ok, é um direito seu, mas tem que respeitar pessoas próximas. O uso de máscara e álcool em gel é o básico, que temos que levar para o resto da vida.  Li uma reportagem que este vírus (mais suas variantes) poderá circular até oito anos,  principalmente em países subdesenvolvidos  e até 5 anos em países em desenvolvimento que é o caso do Brasil.

Quando vamos parar de usar máscara? Quando vamos poder nos abraçar? Quando poderemos voltar a circular sem restrições. Não sei responder. Mas espero que este vírus tenha vindo para que tomemos a consciência dos cuidados que temos que ter com  higiene pessoal e dos alimentos e  até mesmo com o cuidado que temos que ter com o meio ambiente, porque eu acho que isso também tem um pouco a ver com o vírus, não diretamente, mas por consequência.

Eu acredito que a geração de crianças de 5 a 12 anos, por terem ficadas confinadas e sendo obrigada a ter aulas online e distante dos amigos, terão mais consciência dos cuidados que terão que tomar e que passarão para as futuras gerações (filhos e netos), que muitos de nós não estaremos aqui para ver.

No post passado eu também me questionava com a gravidade da pandemia, o quanto nós erámos importantes para os outros. Porque impedidos de sair por causa do isolamento social, tinha a curiosidade de saber o quanto as pessoas que nos rodeiam se preocupavam conosco. E a pergunta é a mesma: Quantas pessoas  que se dizem “amigos” e até familiares te ligaram, mandaram mensagens  perguntando como você estava durante a pandemia. E quantos te consolaram ou deram uma palavra no momento da dor (pela perda de alguém querido ou mesmo pela contaminação de alguém). E acrescento um “q” a mais na pergunta e que para mim é mais importante do que a primeira: Para quantos amigos você ligou durante esta pandemia para saber como eles  e suas famílias estavam? O quanto você foi solidário aos amigos que perderam entes queridos ou se contaminaram?

Quando paramos para pensar em tudo, vemos o quanto negligentes somos ou quanto frágeis somos diante de um vírus.  Mas também nos mostra o quanto somos importantes (ou não) nas vidas das pessoas que nos cercam.

Em 2020 eu tive certeza de que tenho pouquíssimos amigos. Amigos de verdade da qual a gente pode contar, aqueles que se preocuparam comigo. Eu falo de amigo de verdade, não amigos que “saíamos para beber, se divertir, dançar etc.”. E claro, para mim, alguns destes pouquíssimos amigos que se preocuparam comigo estão aqueles que eu porventura tenha saído para diversão.

 

2020 foi um ano difícil para mim, não só pela perda de meus entes queridos pelo coronavírus, mas por outras perdas que não foram pelo vírus, por perdas não só físicas mais emocionais também, por novos desafios propostos, e quem é próximo de mim sabe exatamente do que estou falando.

Foi época de abrir mãos de algumas coisas em pró do próximo, mas que muita gente não entende. Foi a época do coração e do abraço mesmo que distante.

Apesar de tudo não posso reclamar deste último ano porque tive coisas boas acontecendo na minha vida e acredito que eu deva dar mais valor a elas e que devemos ser gratos pelo resto da vida do quanto foram importantes para mim.  Claro, que estas coisas boas não transcenderam as coisas ruins , mas apenas apontam para o que realmente devemos nos importar e dar valor por mais simples que sejam.

Resumo deste um ano: Aprendi que a distância física é dolorosa, mas a distância emocional ou afetiva é muito pior. Que existe o abraço e afago mesmo sem o toque físico. Aprendi que nem sempre as pessoas que estão próximas a você se preocupam com você, as vezes quem está a quilômetros te dá mais importância do que alguém que está praticamente do seu lado.

Infelizmente aprendi que o egoísmo e a ingratidão sempre andam de mãos dadas e que se duvidarem elas podem estar ao seu lado.

Aprendi (antes eu duvidava) que nossas prioridades mudam. E que o tempo está voando e pode não ser suficiente para fazer o que quer. Então aproveite ao máximo o que quer viver. E principalmente AGRADEÇA sempre por tudo que vive a cada dia, mesmo que aos seus olhos e do seu ponto de vista não tenha sido bom. 

Seguindo meu lema: Nada nesta vida é por acaso. Deus sabe exatamente no que ele está fazendo. Confie, siga e agradeça.

Espero que o próximo post venha para falar de coisas mais alegres.

 

 

 

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